Viver não dói!
Viver não dói...
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projecções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos e não tivémos, por todos os espectáculos e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado e não compartilhámos. Por todos os beijos cancelados pela eternidade.
Sofremos, não porque o nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixámos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos, não porque a nossa mãe é impaciente connosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando-lhe as nossas mais profundas angústias e ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos, não porque a nossa equipa perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos, não porque envelhecemos, mas porque o futuro está a ser-nos confiscado, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhámos e nunca chegámos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
Iludindo-nos menos e vivendo mais!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, faz perder também a felicidade.
A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.
Autor desconhecido