sexta-feira, março 31, 2006

Amar

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Perder ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...


Florbela Espanca

3 comentários:

Mercurya disse...

Grande, a minha amiga Florbela! Gostava de pensar assim como ela (neste poema) neste momento...

Fox_1 disse...

A verdade de um grande amor é que é como uma enorme tempestade. Passa avassaladoramente e deixa marcas que custam imenso a desaparecer. Faz-nos compreender que somos pequenos, irrisórios até, e que nem sempre tudo está sob nosso controlo.
Suponho que a grande diferença da tempestade é que no que toca ao amor, sempre desejamos que este permaneça.
Mas Florbela tem razão: o amor passa e o mais que podemos desejar é que passe muitas vezes e nos queime no seu abraço ternurento.

lovely disse...

Bonito.. Nada a dizer.. :)